Da CNN - O ano começou e o grande assunto econômico de 2023 não teve nada a ver com o governo ou a política. A grande história é o rombo em uma das lojas mais conhecidas dos brasileiros, a Americanas. A empresa está em processo de recuperação judicial, após a Justiça acatar seu pedido na última quinta-feira. E enquanto a companhia tenta se reerguer, nas ruas as lojas continuam abertas.
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A dívida da Americanas é uma conta com muitos “zeros”. A própria empresa admite que são R$ 43 bilhões, bem maior que os R$ 20 bilhões anunciados inicialmente. Mas o que é esse rombo? Quanto a companhia deve e para quem?
Basicamente, o rombo veio com um problema de registro das dívidas que a companhia tinha com os fornecedores e os bancos. Na operação, a empresa compra mercadoria dos fornecedores e, antes da venda, ela quita essa dívida com um empréstimo do banco.
Com isso, o fornecedor recebe e a companhia paga depois a instituição bancária com os juros. Isso é legal. O problema foi na hora de registrar essas dívidas.
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Em vez de registrar a dívida financeira, a Americanas registrava no balanço a dívida com o fornecedor – que não tinha juros. E isso ao longo de vários anos, o que causou o rombo bilionário na companhia.
E enquanto isso, as lojas físicas continuam abertas e funcionando normalmente. O mesmo vale para os espaços online. O próprio Procon de São Paulo procurou a empresa quanto a isso, que afirmou: pode comprar sem medo.
O órgão de defesa do consumidor ainda fez um levantamento das reclamações contra a empresa nos últimos dias e compararam com anos anteriores. E o volume de problemas não teve alteração significativa.
Além dessa garantia, o IDEC (Instituto Brasileiro de Defesa da Concorrência) disse que a recuperação judicial da companhia não muda em nada os direitos que os consumidores têm em relação à empresa. Ou seja, direitos como cumprimento de prazos ou troca em caso de defeito do produto adquirido seguem valendo.
No processo de recuperação judicial, a empresa vai tentar renegociar as dívidas. Então, vão chamar os bancos e fornecedores para tentar descontos e novos prazos. Isso tudo é um processo que costuma demorar meses, às vezes até anos.
Enquanto isso, a empresa poderá tentar vender alguns ativos. Por exemplo, pouca gente sabe mas a Americanas têm outras lojas dentro dos shoppings brasileiros. Ela é dona da Imaginarium, Puket, rede Natural da Terra e Hortifruti, além de metade das lojas de conveniência do país com a BR Mania.
Esse processo todo vai levar algum tempo, mas é importante que a empresa se recupere, pois estamos falando sobre empregos diretos e indiretos.
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Muitas dívidas da Americanas têm, em contrato, condições variáveis, e isso piora sua situação. O juro cresceu e os prazos diminuíram e, assim, a conta chegou aos R$ 43 bilhões.