Do Metropoles - Uma jornada com quatro dias de trabalho e três de folga – essa virou a realidade de algumas empresas brasileiras. O sistema, adotado em outros países, pode aumentar a produtividade e evitar o esgotamento do profissional, chamado de Burnout.
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No Reino Unido, trinta companhias testarão, a partir de junho, a jornada de trabalho reduzida a 32 horas semanais, porém, o melhor: com salário inalterado.
Na Islândia, pesquisadores do centro de estudos Autonomy e da Associação para a Democracia Sustentável analisaram que os trabalhadores relataram se sentir menos estressados e cansados nesse esquema.
A medida pode trazer vantagens para a saúde física e mental, segundo Eduardo Perin, psiquiatra e especialista em terapia cognitivo comportamental. “A ideia dá oportunidade para as pessoas terem mais vida fora do trabalho, com lazer e interação social”, disse, ao Metrópoles.
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Companhias como a Zee.Dog, de produtos para pets, que possui escritório físico em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, adotou a jornada em março do ano passado. Focada em comunicação, a gaúcha Shoot, que aposta no regime de home office e tem funcionários pelo país todo, fez o mesmo.
Especialista em serviços e consulta em tecnologia, a Crawly adotou um esquema no qual os funcionários trabalham de segunda a quinta-feira, com uma carga horária de 8 horas diárias, sem prejuízo de salário.
“O modelo já era vigente desde a fundação da empresa para os desenvolvedores, por eles terem uma carga de trabalho elevada. E, no começo da pandemia, foi implementado para a empresa toda”, relatou a gerente financeira Luísa Lana de Moraes.
Em alguns casos, os funcionários podem ter um “final de semana” de até quatro dias quando ocorre um feriado na semana. A gerente explica que os horários também funcionam de maneira flexível, de acordo com “o que for melhor para o trabalhador”.
“Quando implementamos um benefício assim, as pessoas começam a trabalhar melhor. A produtividade é bem maior de segunda a quinta, porque sexta já é um dia em que o funcionário está cansado da rotina da semana”, pontuou Luísa.
Para Eduardo Perin, a semana de quatro dias é importante aliada para evitar a exaustão do trabalhador chamada de Síndrome de Burnout, um esgotamento profissional que faz o empregado travar e perder a capacidade de trabalhar.
“Pode levar a pessoa a ter problemas de sono e sintomas ansiosos, depressivos e, até mesmo, crises de pânico – tudo relacionado a uma sobrecarga de trabalho”, explica.
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O crescente esgotamento de trabalhadores liga um alerta e gera questionamentos sobre o atual modelo de trabalho. Segundo levantamento do ano passado da empresa de recrutamento Robert Half, 49% dos profissionais brasileiros com mais de 25 anos estão em busca de novas oportunidades de emprego.
Os números acompanham o cenário internacional, no qual uma onda de demissões voluntárias, batizada de “the great resignation”, traz mudanças para o esquema de trabalho clássico e busca novas soluções.