Da CNN - O pneu é um dos itens de segurança mais cruciais de um carro. Sua invenção e uso em larga escala, ainda no século XIX, precederam o surgimento do próprio automóvel.
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E, se depender de algumas empresas, dá para evoluir ainda mais e criar pneus que não possuem ar ou que furam e não precisam de reparos.
No início, o pneu era utilizado como alternativa a rodas maciças de borracha ou madeira utilizadas em carroças e bicicletas. Como fazia uso de uma câmara interna de ar, era mais flexível e confortável de rodar. Ao longo dos anos, o pneu, como o conhecemos hoje, foi se formando.
Primeiro, veio o processo de vulcanização, onde a borracha era cozida a altas temperaturas com enxofre, mantendo as propriedades elásticas, mas aumentando a resistência e a durabilidade.
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A estrutura também se modernizou com a adoção de lonas e nylon para reforçar a carcaça e nem a câmara de ar é mais necessária atualmente.
Apesar de mais de um século de história, o pneu ainda não é um artefato livre de inconveniências. Basta um prego ou objeto cortante ir de encontro a ele e você se encontrará o carro parado no acostamento.
Dependendo do estrago, é preciso até comprar um novo. Se não, uma visita ao borracheiro é o mínimo que será necessário.
Pensando nisso, algumas fabricantes já começaram a mostrar um pouco do que podemos esperar no futuro, que reserva um pneu completamente diferente para nós.
Atualmente já existem alguns pneus que prometem rodar mesmo após furos. São chamados de “run flat”. Eles possuem uma estrutura reforçada que os permite permanecer em movimento mesmo sem ar. No entanto, eles não eliminam a necessidade de reparos posteriores. Mas a Pirelli promete mudar isso.
A empresa acabou de apresentar ao mercado brasileiro três novos pneus das famílias Cinturato P7, Scorpion e Scorpion HT. Elas abrangem desde hatches compactos a SUVs com rodas de 16 a 19 polegadas de diâmetro. Neles, a Pirelli oferece a tecnologia Seal Inside, adicionando de 10% a 15% ao valor do pneu convencional.
Com o Seal Inside, o pneu traz uma massa vedante na parte interna. Segundo a Pirelli, ela é capaz de vedar furos de até 4 mm de diâmetro, como um prego, por exemplo, com o carro em movimento. Além de não precisar parar para reparos, o pneu não chega nem a perder pressão.
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Outra vantagem, diz a empresa, é que o sistema Seal Inside não exige as paredes laterais reforçadas dos run flat e, portanto, são mais leves.
Mesmo que se elimine as dores de cabeças com furos, os pneus modernos ainda possuem quase que as mesmas inconveniências do passado, pois ainda é necessário ter ar dentro deles. Isso exige a calibragem periódica e, sendo basicamente um balão reforçado, os pneus ainda não são imunes à perda de pressão.
Em 2019, a Michelin apresentou o conceito Uptis, um pneu completamente sem ar. Ele é um conjunto que substitui a dupla roda e pneu, e sua rigidez não é determinada pela pressão de ar interna ou da resistência de sua estrutura externa, mas, sim, por raios. Com isso, elimina-se a necessidade de calibração ou a perda de pressão após avarias, pois não há a exigência de se manter ar dentro.
O Michelin Uptis ainda possui uma banda de rodagem convencional, mas as laterais são vazadas. A sustentação se dá por lâminas resistentes de fibra de vidro cobertas por borracha, que tornam a peça bastante flexível. Elas também atuam como uma segunda “camada” de amortecimento, auxiliando a suspensão.
Segundo a Michelin, o foco do Uptis é a sustentabilidade. A empresa diz que a novidade demanda menos borracha para ser produzida. A estimativa da marca é de que ele dure até três vezes mais do que um pneu comum. Por ser mais resistente, as trocas de pneus seriam menos frequentes, o que resultaria em menos material descartado no meio ambiente.
Desde 2019, a Michelin tem uma parceria com a General Motors, que está testando e desenvolvendo o Uptis utilizando um Chevrolet Bolt. A previsão mais recente é a de que esse novo pneu seja lançado comercialmente em 2024.