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Entenda por que investir na poupança te faz perder dinheiro todos os meses
Como resultado positivo no fim do mês pode significar uma perda financeira; especialistas dão dicas para diversificar

Publicado em 12/07/2021 10:24

Foto/Reprodução


Do R7 - Por que você guarda dinheiro? É para ter mais dinheiro no futuro? É para preservar o seu poder de compra e proteger seu dinheiro contra a inflação? Se a resposta a essas duas perguntas for “sim” e você tem mantido seu dinheiro investido na poupança, então está indo contra seus objetivos.

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O motivo é que os juros baixos e inflação alta têm levado a poupança a ter rendimento real negativo. Levantamento da consultoria Economatica mostrou que quem aplicou na poupança em 2020 teve o pior rendimento em 18 anos e a segunda maior perda do plano Real.

A aplicação teve um rendimento negativo de -2,30% quando comparado à inflação, que fechou o ano em 4,52% (segundo o indicador oficial da inflação, o IPCA - Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Em 2019, o rendimento da poupança também foi negativo. Por dois anos seguidos, o investidor perdeu dinheiro.

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Por que o investidor não sai da poupança?

Quem investe na poupança é extremamente conservador e geralmente pensa assim: “a poupança rende pouco, mas rende um pouquinho, é melhor do que nada.” Mas quem poupa quer acumular capital para manter no mínimo o seu poder de compra e a poupança não faz nem isso. Ela não faz o trabalho de casa que é defender o seu dinheiro da inflação”, explica Rafael Panonko, analista-chefe da Toro Investimentos.

A dificuldade desse investidor está em entender como que ele está perdendo dinheiro, se no fim das contas, a poupança sempre apresenta um rendimento positivo no fim do mês.

Como mais pode ser menos?

Vamos entender como é que isso funciona.

Suponha que o investidor tenha deixado R$ 1.000 depositados na poupança durante todo o ano de 2020. No final do ano ele teve menos dinheiro? Não, já que o bolo cresceu um pouquinho. Como a poupança rendeu 2,11% em todo o ano de 2020, segundo dados do Banco Central,  ao final do ano, o aplicador viu os R$ 1.000 se transformarem em R$ 1.021,10.

O problema é que a inflação subiu mais: 4,52%.

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Isso significa que se você precisava de R$ 1.000 para comprar uma cesta de produtos em 2019, no final de 2020 precisaria de R$ 1.045,20 para comprar a mesma cesta. Só que o dinheiro que você sacou na poupança foi R$ 1.021,10, lembra?

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Ou seja, ainda teria que colocar dinheiro a mais do bolso para poder pagar as contas.

“Isso é a perda do poder de compra”, explica Alexandre Amorim, gestor de investimentos da ParMais.

Como começar a variar os investimentos?

Com a taxa de juros a 2% ao ano, os investimentos em renda fixa não têm o resultado exuberante que muitos investidores se acostumaram a contar quando a taxa estava em 14,25% ao ano.

Agora, para conseguir uma rentabilidade maior, é preciso ficar mais tempo com o dinheiro aplicado ou correr um pouco mais risco.

Confira estes seis conselhos dos especialistas para começar a variar os investimentos:

1) Procure aprender mais sobre investimentos para entender como eles funcionam. Muitas vezes é o medo do desconhecido que impede de diversificar.

2) Entenda para onde vai seu dinheiro e qual o motivo para poupar.

3) Determine qual é o prazo que você vai usar esse dinheiro.

4) Comece sua reserva de emergência

Essa reserva é o primeiro investimento de todos. Deve cobrir de seis meses a um ano de todas as despesas e estar investida em um investimento com boa liquidez, que permita saque imediato. Sandra Blanco e Rafael Panonko aconselham CDBs de liquidez imediata, fundos de renda fixa e Tesouro Selic. Alexandre Amorim concorda, e diz que até a poupança pode servir para esse caso, já que o objetivo principal da reserva de emergência não deve ser a rentabilidade, mas a facilidade de sacar o dinheiro em caso de necessidade.

5) Comece a diversificar os investimentos.

Feita a reserva de emergência, é preciso montar uma carteira de investimentos e definir para quando vou usar o dinheiro, qual o objetivo do dinheiro, explica Amorim.

"É para me aposentar? É para comprar um carro daqui um ano? É para a reserva de emergência? Para cada objetivo vou usar uma série de produtos que existem no mercado, como os títulos do Tesouro Direto, fundos multimercados, fundos de ações,  fundos imobiliários, fundos de renda fixa. Cada um deles irá servir a um propósito diferente", diz.

Os investimentos mais conservadores que podem ser o início a saída da poupança são o Tesouro Selic, os CDBs de liquidez imediata e fundos de renda fixa.

6) Não saia do ultra conservador para o ultra arrojado.

"Não é entrar com uma expectativa irreal de mudar de investimento e achar que vai ficar milionário, vai ter lucro rapidamente. Não é assim. Finanças, investimentos, planejamento financeiro é um processo de anos, tanto é que se você encontrar investidores que já têm uma situação bastante confortável, quase uma independência financeira, eles querem uma carteira mais conservadora possível, eles diversificam, têm muitos títulos, fundos, mas preferem não correr riscos, estão preocupados com a inflação, querem que os investimentos superem as inflação, diz Sandra Blanco.


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