Da Exame.com - O home equity – modalidade que permite a utilização do imóvel próprio como garantia do empréstimo –, vem chamando cada vez mais a atenção dos brasileiros. Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o número de contratos passou de 5.368, entre janeiro e agosto de 2018, para 6.721 no mesmo período deste ano – um salto de 25%.
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O valor emprestado também apresentou alta de 50% nos últimos dois anos.
Entre as explicações para o bom desempenho dessa modalidade de empréstimo estão as baixas taxas de juros oferecidas pelo home equity: em torno de 1% ao mês – bem menos do que a cobrada em empréstimos pessoais (cerca de 6,8% ao mês), e em empréstimos consignados (2,8% ao mês em média). “Pegar uma taxa de juros menor dá um fôlego fantástico para que as pessoas consigam organizar as finanças, empreender ou mesmo reformar o imóvel”, destaca Marcos Eduardo Carvalho, diretor comercial na Too Seguros.
“Estamos diante de uma solução muito mais competitiva do que linhas tradicionais, com taxas mais baratas ainda”. Incentivos para que as pessoas recorram a esse tipo de solução não faltam. Além dos juros baixos, o Banco Central (BC) anunciou, no ano passado, ajustes na metodologia de cálculo do capital exigido dos bancos para esse tipo de operação. Se antes era necessário manter um capital equivalente a 50% do valor emprestado, agora a porcentagem é de 35% caso o saldo devedor do empréstimo seja de até metade do valor de avaliação do imóvel. Em uma coletiva, em janeiro deste ano, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que o home equity é “uma modalidade segura e barata”, e que tem o potencial de “desmobilizar cerca de 500 bilhões nos próximos anos”. Diante das perspectivas positivas, grandes instituições financeiras passaram a reduzir suas taxas, reforçando a oferta do produto.
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O mercado também começou a chamar a atenção de startups como a Wimo, linha de home equity criada no ano passado pela corretora Wiz e a gestora Galapagos Capital. “Hoje, 80% da nossa carteira é formada por empreendedores que pegam um empréstimo para ampliar seu negócio”, diz Luis Henrique Moraes, diretor de produtos da Wiz Soluções. Entre as vantagens, diz ele, estão o prazo de pagamento estendido (de até 180 meses) a possibilidade de fazer um seguro que dilui o risco e protege o imóvel, o fato de o cliente ter a comprovação de renda facilitada, e a preservação do fluxo de caixa. “Como um novo negócio leva em torno de seis meses a um ano para decolar, o empreendedor consegue honrar com seus compromissos com mais tranquilidade, sem se descapitalizar.”
Entusiasta do home equity, Carvalho, da Too Seguros – parceira de startups como a Wimo –, explica que o seguro é fundamental na medida em que garante a cobertura tanto em casos de danos físicos, como incêndio, queda de raio, explosão, inundação, alagamento, destelhamento e desmoronamento, como em casos de morte do segurado ou aposentadoria por invalidez. “As coberturas podem ser personalizadas de acordo com as necessidades de bancos, financeiras e dos próprios segurados e garante mais tranquilidade tanto ao tomador do crédito como para a instituição financeira.”, destaca Carvalho.
Para Moraes, da Wiz Soluções, a digitalização desse tipo de operação deve torná-la cada vez mais popular por aqui. “Com as vistorias sendo feitas de forma online e a digitalização de alguns cartórios, conseguimos reduzir consideravelmente o tempo de contratação do home equity”, diz o executivo.
Segundo ele, todo o processo leva em torno de 15 a 30 dias para ser concluído.
A startup aceita imóveis de todo o país, estejam eles quitados ou não, e empresta até 50% do valor de mercado do imóvel, porcentagem que, por regulação do Banco Central pode chegar a até 60%. “Com essas facilidades, queremos que os brasileiros tenham acesso a uma solução de crédito cada vez mais justa, segura, barata e de longo prazo”, diz Moraes.