Do G1 - O brasileiro está cada vez mais pedindo dinheiro emprestado a parentes e amigos em vez dos bancos. É o que revela um instituto de pesquisa.
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As dicas principais são: formalizar, remunerar, dar prazo e priorizar. Tem que ter muito cuidado para não perder o amigo e nem brigar com o parente. Quais são os cuidados?
É recomendável formalizar, fazer um contrato, uma nota promissória, mesmo que seja para sua mãe ou para seu pai quando pedir o dinheiro. Preocupe-se principalmente quando for pedir para mãe ou pai. Porque os irmãos podem achar que os pais estão dando dinheiro e não emprestando.
Nesse contrato, estabeleça a remuneração. É justo que ele receba uma remuneração pelo menos pela inflação ou poupança. Também defina um prazo para pagar a dívida e, por fim, priorize. Um erro muito comum é que, por não ser banco, você ir deixando para depois.
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Não há nada pior do que você emprestar dinheiro para alguém, socorrer essa pessoa e, depois, ele trocar de carro, viajar para a Disney e não pagar você. Priorize para não pagar o amigo.
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Veja o caso do Liander, que está bem longe de ser um gerente de banco. Ele é estudante e faz estágio numa empresa de RH, mas é por ele que os amigos procuram quando precisam de dinheiro para pagar as contas.
“O dinheiro está na poupança. Se ele precisar, é melhor colocar na mão dele e ele me pagar do que deixar na poupança”, conta Liander Reis, estudante de administração.
David é um dos amigos que recorreram a Liander. Mas, em vez de dinheiro, ele pediu emprestado o cartão de crédito para fazer uma compra a prazo para a própria empresa, que estava começando.
"Quando a gente chega em São Paulo, na hora que a gente vai prestar serviço para outras empresas, você tem que abrir uma empresa nova do zero. Obviamente, o banco não vai te dar crédito no dia seguinte, no mês seguinte porque você é bonitinho. Ele não vai fazer isso. Então você recorre aos amigos", diz David Pinto, consultor em tecnologia.
Essa ajuda camarada tem ficado cada vez mais comum. O Instituto Data Popular fez uma pesquisa e perguntou se as pessoas pediam dinheiro para alguém da família. Em 2014, 15% disseram que sim, bem mais do que 2010.
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29% dos entrevistados também disseram que um parente ou amigo pediu o cartão de crédito emprestado. Na pesquisa de 2010, eram 11%.
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A pesquisa apontou também uma possível explicação para o aumento desses empréstimos informais. A maioria dos entrevistados, 65%, disse que está difícil ou muito difícil pagar as contas do dia a dia: mercado, aluguel e luz.
Os preços subiram, o orçamento ficou mais curto e o jeito então foi pegar dinheiro com alguém para não ficar com o nome sujo ou cair no cheque especial.
"Falam que o parente é aquele cara que é pau para toda obra, que ele pode contar. E o banco, ele considera que é aquele sujeito que te empresta um guarda-chuva em um dia de sol e tira quando começa a chover", analisa Renato Meirelles, presidente do instituto Data Popular.