Do Metropoles - O mais recente reajuste no preço do diesel reacendeu a insatisfação dos trabalhadores do setor de transportes e provocou ameaças de greve dos caminhoneiros, um fantasma que assusta o setor produtivo brasileiro desde que a categoria parou o país em 2018 para pressionar o governo de Michel Temer (MDB).
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O cenário atual, no entanto, é bem diferente do registrado há 4 anos.
A categoria não conta com grandes lideranças capazes de influenciar e organizar uma grande mobilização. Também pesa o fato de que as transportadoras não apoiariam o movimento, ao contrário do que aconteceu em 2018.
A Petrobras comunicou na segunda-feira passada (9/5) um reajuste de 8,86% no valor do diesel vendido às refinarias, de R$ 4,51 para R$ 4,91 por litro. O anúncio provocou reações alarmitas. No dia seguinte, o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Espírito Santo (Sindicam/ES), por exemplo, afirmou que iniciaria uma greve na quarta-feira (11/5).
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Em entrevista ao Metrópoles na quinta (12/5), o representante sindical Wallace Landim, o Chorão, uma das lideranças da greve de 2008, previu que o transporte no Brasil iria “colapsar” por falta de condições econômicas.
"O transportador está parando naturalmente”, avaliou ele. “O transporte vai entrar em colapso. Não consegue repassar tudo, mas alguma parte repassa, e isso vai para os supermercados”, afirmou Chorão, que é presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava).
Chorão e outras lideranças, porém, já tentaram promover grandes paralisações após outros reajustes, mas os movimentos não tiveram adesão.
E essa é a tendência novamente, avaliam fonte ouvidas pela reportagem. Há uma insatisfação geral na categoria, mas sem força para mobilizar uma greve de proporção nacional. Essa é a conclusão de Rodolfo Rizzotto, coordenador do SOS Estradas – Programa de Segurança nas Estradas e editor do portal www.estradas.com.br. “Tem sempre esse tipo de tentativa de greve vinda de supostas lideranças”, afirma ao Metrópoles.
Rizzotto diz que a situação não é equivalente à que incitou a greve nacional vista em 2018, que parou o país por 10 dias e fragilizou o governo Temer.
“Não existe liderança efetiva de caminhoneiros para uma paralisação. Os sindicatos estão mais ligados aos patrões do que aos caminhoneiros”, afirma. “E diesel não tem como controlar, é um problema internacional.”
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O coordenador do SOS Estradas aponta que a única paralisação que pode acontecer seria resultado da falência de transportadoras, que não estão conseguindo repassar o preço do diesel para o frete.
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“A possibilidade de paralisação é muito pequena. Pode haver uma paralisação das empresas que vão quebrar apenas”, diz.