Do site 1 Bilhao - Cashback é um dos produtos financeiros queridinhos do momento – quase toda instituição financeira já tem um cartão de crédito que te retorna algum percentual, geralmente 1% ou 2%, sobre as suas compras. Há também lojas e programas de fidelidade que entregam percentuais maiores, chegando até a 40% do valor da compra.
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O Cashback se tornou popular a ponto de desbancar o benefício tradicional dos cartões de crédito, os programas de milhagem e pontuação oferecidos por grandes bancos e companhias aéreas. Principalmente agora que as grandes companhias aéreas brasileiras do Brasil passam por uma crise, decorrente da pandemia.
Os programas de cashback são benefícios entregues por algumas empresas, geralmente instituições financeiras com seus cartões de crédito ou programas de fidelidade. A ideia base dele é que ao fazer uma compra de valor X, você receba – pode ser na mesma hora ou em momentos diferentes – um percentual deste valor de volta. Então se você comprou um produto por R$ 100, com um cashback de 1%, receberá R$ 1 por essa compra na frente.
Importante ressaltar: cashback não é desconto, você paga o valor cheio na hora da compra. Então na hora que o boleto do seu cartão vier, terá de pagar o valor cheio daquele produto ou serviço – muito embora geralmente você possa usar o cashback recebido para abater aquele valor da sua compra na mesma hora.
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O programa de cashback surgiu como uma espécie de substituição ao programa de milhagem nos Estados Unidos – onde as companhias aéreas tinham muito poder sobre as instituições financeiras – nos anos 80. Por aqui, esses programas chegaram por volta de 2010 e foram se popularizando ao longo da última década – há instituições que apostaram pesado em cashback, como o Banco Inter, que entrega grandes retornos para quem compra na loja própria do banco, através do aplicativo.
O cashback faz sentido financeiro para a instituição como programa de fidelidade, pois cada vez que você realiza uma compra com cartão de crédito, um percentual daquela aquisição vai para três empresas: a adquirente, o emissor do cartão e a bandeira. Essa taxa, chamada de MDR (Merchant Discount Rate) varia de 2,5% a até 5% aqui no Brasil.
A adquirente, empresas como Cielo, Stone, Rede, repassam o grosso do MDR para o emissor do cartão – sua instituição financeira, como modalmais, Bradesco, Itaú, Nubank e Inter. Por sua vez, o emissor do cartão – que é quem garante o crédito, portanto, tem o maior risco na operação – repassa uma parcela dessa taxa para a bandeira do cartão, como Visa e Mastercard.
A partir daí, o emissor pode embolsar o que restou da taxa, devolvê-lo para o usuário (cashback) ou criar um programa de pontuação, que geralmente tem benefícios próprios ou permite a transferência da pontuação para programas de companhias aéreas, como Smiles, TudoAzul e LATAM Pass (milhagem). Geralmente, há um valor pré-acordado para pontuação e transferência, mas é comum que os programas de fidelidade façam promoções, entregando até o dobro de pontuação se a transferência ocorrer em um determinado dia, por exemplo.
Existem duas formas da companhia lhe entregar o cashback. A primeira, que já abordamos, é a devolução de um percentual sobre as suas compras diretamente na sua conta corrente, mas também é possível ter o reembolso através de créditos para sua próxima fatura, ou até mesmo apagar gastos de suas faturas, presente ou futuras.
Retornar o seu dinheiro para a conta bancária é a opção mais comum e a maior parte das instituições financeiras fazem isso de maneira imediata – algumas possuem prazos para isso, que chegam a ser até de 90 dias depois da confirmação da compra. Além disso, a maioria dos emissores não tem um prazo de resgate, e o cashback nunca expira, mas algumas possuem (que chega a ser até 12 meses), e aí abre a possibilidade de perder esse dinheiro. Então, fique de olho!
A XP Investimentos também oferece uma outra modalidade: o Investback, que retorna um percentual para um fundo específico de investimentos, permitindo que o usuário guarde esse dinheiro “sem perceber”. Contudo, o fundo da XP Investimentos retorna a taxa Selic e possui liquidez diária – não é muito diferente de deixar o dinheiro “parado” em uma reserva de emergência.
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A modalmais também tem um programa diferente do mercado, que permite que os seus pontos “se valorizem”, chamado de Cash Forward. O usuário recebe 1%, 1,5% ou até 2% de suas compras em pontuação, que se transferido para o programa, crescem até 36% em 12 meses. Assim, se você acumula 1000 pontos – permitindo o resgate de R$ 1.000 -, ao deixá-lo no programa por 12 meses você terá 1.360,00 pontos acumulados, podendo retirar R$ 1,360.
Além das instituições financeiras, companhias de varejo (como Lojas Americanas e Casas Bahia) também possuem seus próprios programas de cashback, com retornos de até 50%. A ideia é utilizar esses programas como uma forma de fidelização do cliente. Geralmente essas empresas possuem algumas regras mais complexas para o cashback, principalmente para evitar fraudes, como a liberação apenas após a entrega do produto, produtos elegíveis para o programa ou não, e valores mínimos para retirada.
Alguns desses serviços permitem que o usuário retire o dinheiro para sua conta, enquanto outros só deixam você utilizar como descontos. Essa transferência, de uma empresa para o seu banco, não tem um prazo definido, mas geralmente ocorre dois dias úteis do seu pedido de resgate. Esse prazo pode ser muito maior, e geralmente está bem determinado nas regras de cada programa.
Geralmente é necessário fazer compras em determinados lugares para participar destes programas, como os “shoppings” montados por Banco Inter e XP Investimentos dentro de seus aplicativos.
Há também serviços como a Mooba, que tem parceria com diversas lojas online ou físicas – C&A, Boticário, Natura, Cobasi, Dafiti, Swift, Renner, Amaro, entre outras -, devolvendo até 8,4% do dinheiro gasto, em até 90 dias úteis depois da aquisição do produto. O diferencial da empresa é utilizar de um plugin que fica sempre ativo e te entrega o cashback diretamente no site do parceiro. A Mooba também permite o envio dos valores para fundos de previdência.
É normal que o usuário se pergunte se é realmente vantajoso, se vale a pena, trocar os programas de milhagem por cashback. E a resposta é: depende muito do seu perfil. Há quem utilize muito as milhas e faça isso de um jeito muito eficiente, e há quem deixe a pontuação expirar e perde todos os benefícios. Geralmente, milhas só são úteis se uma pessoa tem um gasto mais elevado no cartão de crédito – que permite a acumulação de uma boa quantidade -, enquanto o Cashback é o mesmo para todos.
O grande “vilão” das milhas é o prazo para utilização das mesmas – que geralmente é de dois anos nos principais programas. Deixar as milhas expirarem é perder todo o benefício acumulado, o que não ocorreria com um programa de cashback em conta bancária. Se muitos usuários de cartões não acumulam pontuação suficiente para chegar neste patamar, para este perfil é melhor optar por cashback.
Mas para quem viaja frequentemente e possui gastos elevados com o cartão, utilizar os programas de milhagem não é uma má ideia – você só precisa ter disciplina para utilizar nos momentos corretos. Aproveitar as promoções de transferência de pontos passa a ser muito importante para maximizar a utilização destes programas.
O mais importante é sempre estar consciente de suas ações com o cartão de crédito – tanto o cashback quanto programas de milhagens são incentivos para que você acabe utilizando mais o cartão, com pequenas doses de dopamina a cada utilização, o que pode se tornar um grande problema para quem não tem disciplina financeira.