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Cashback: Vale a pena? Ou devo usar milhas? Saiba
O Cashback se tornou popular a ponto de desbancar o benefício tradicional dos cartões de crédito, os programas de milhagem e pontuação oferecidos por grandes bancos e companhias aéreas

Publicado em 18/03/2022 09:27

Foto/Reprodução


Do site 1 Bilhao - Cashback é um dos produtos financeiros queridinhos do momento – quase toda instituição financeira já tem um cartão de crédito que te retorna algum percentual, geralmente 1% ou 2%, sobre as suas compras. Há também lojas e programas de fidelidade que entregam percentuais maiores, chegando até a 40% do valor da compra.

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O Cashback se tornou popular a ponto de desbancar o benefício tradicional dos cartões de crédito, os programas de milhagem e pontuação oferecidos por grandes bancos e companhias aéreas. Principalmente agora que as grandes companhias aéreas brasileiras do Brasil passam por uma crise, decorrente da pandemia.

Cashback: o que é? E como funciona?

Os programas de cashback são benefícios entregues por algumas empresas, geralmente instituições financeiras com seus cartões de crédito ou programas de fidelidade. A ideia base dele é que ao fazer uma compra de valor X, você receba – pode ser na mesma hora ou em momentos diferentes – um percentual deste valor de volta. Então se você comprou um produto por R$ 100, com um cashback de 1%, receberá R$ 1 por essa compra na frente.

Importante ressaltar: cashback não é desconto, você paga o valor cheio na hora da compra. Então na hora que o boleto do seu cartão vier, terá de pagar o valor cheio daquele produto ou serviço – muito embora geralmente você possa usar o cashback recebido para abater aquele valor da sua compra na mesma hora.

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O programa de cashback surgiu como uma espécie de substituição ao programa de milhagem nos Estados Unidos – onde as companhias aéreas tinham muito poder sobre as instituições financeiras – nos anos 80. Por aqui, esses programas chegaram por volta de 2010 e foram se popularizando ao longo da última década – há instituições que apostaram pesado em cashback, como o Banco Inter, que entrega grandes retornos para quem compra na loja própria do banco, através do aplicativo.

Como funciona? O banco ganha dinheiro?

O cashback faz sentido financeiro para a instituição como programa de fidelidade, pois cada vez que você realiza uma compra com cartão de crédito, um percentual daquela aquisição vai para três empresas: a adquirente, o emissor do cartão e a bandeira. Essa taxa, chamada de MDR (Merchant Discount Rate) varia de 2,5% a até 5% aqui no Brasil.

A adquirente, empresas como Cielo, Stone, Rede, repassam o grosso do MDR para o emissor do cartão – sua instituição financeira, como modalmais, Bradesco, Itaú, Nubank e Inter. Por sua vez, o emissor do cartão – que é quem garante o crédito, portanto, tem o maior risco na operação – repassa uma parcela dessa taxa para a bandeira do cartão, como Visa e Mastercard.

A partir daí, o emissor pode embolsar o que restou da taxa, devolvê-lo para o usuário (cashback) ou criar um programa de pontuação, que geralmente tem benefícios próprios ou permite a transferência da pontuação para programas de companhias aéreas, como Smiles, TudoAzul e LATAM Pass (milhagem). Geralmente, há um valor pré-acordado para pontuação e transferência, mas é comum que os programas de fidelidade façam promoções, entregando até o dobro de pontuação se a transferência ocorrer em um determinado dia, por exemplo.

Cashback em cartões de crédito e débito

Existem duas formas da companhia lhe entregar o cashback. A primeira, que já abordamos, é a devolução de um percentual sobre as suas compras diretamente na sua conta corrente, mas também é possível ter o reembolso através de créditos para sua próxima fatura, ou até mesmo apagar gastos de suas faturas, presente ou futuras.

Retornar o seu dinheiro para a conta bancária é a opção mais comum e a maior parte das instituições financeiras fazem isso de maneira imediata – algumas possuem prazos para isso, que chegam a ser até de 90 dias depois da confirmação da compra. Além disso, a maioria dos emissores não tem um prazo de resgate, e o cashback nunca expira, mas algumas possuem (que chega a ser até 12 meses), e aí abre a possibilidade de perder esse dinheiro. Então, fique de olho!

Investimentos com cartão de crédito

A XP Investimentos também oferece uma outra modalidade: o Investback, que retorna um percentual para um fundo específico de investimentos, permitindo que o usuário guarde esse dinheiro “sem perceber”. Contudo, o fundo da XP Investimentos retorna a taxa Selic e possui liquidez diária – não é muito diferente de deixar o dinheiro “parado” em uma reserva de emergência.

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A modalmais também tem um programa diferente do mercado, que permite que os seus pontos “se valorizem”, chamado de Cash Forward. O usuário recebe 1%, 1,5% ou até 2% de suas compras em pontuação, que se transferido para o programa, crescem até 36% em 12 meses. Assim, se você acumula 1000 pontos – permitindo o resgate de R$ 1.000 -, ao deixá-lo no programa por 12 meses você terá 1.360,00 pontos acumulados, podendo retirar R$ 1,360.

Outras instituições

Além das instituições financeiras, companhias de varejo (como Lojas Americanas e Casas Bahia) também possuem seus próprios programas de cashback, com retornos de até 50%. A ideia é utilizar esses programas como uma forma de fidelização do cliente. Geralmente essas empresas possuem algumas regras mais complexas para o cashback, principalmente para evitar fraudes, como a liberação apenas após a entrega do produto, produtos elegíveis para o programa ou não, e valores mínimos para retirada.

Alguns desses serviços permitem que o usuário retire o dinheiro para sua conta, enquanto outros só deixam você utilizar como descontos. Essa transferência, de uma empresa para o seu banco, não tem um prazo definido, mas geralmente ocorre dois dias úteis do seu pedido de resgate. Esse prazo pode ser muito maior, e geralmente está bem determinado nas regras de cada programa.

Geralmente é necessário fazer compras em determinados lugares para participar destes programas, como os “shoppings” montados por Banco Inter e XP Investimentos dentro de seus aplicativos.

Há também serviços como a Mooba, que tem parceria com diversas lojas online ou físicas – C&A, Boticário, Natura, Cobasi, Dafiti, Swift, Renner, Amaro, entre outras -, devolvendo até 8,4% do dinheiro gasto, em até 90 dias úteis depois da aquisição do produto. O diferencial da empresa é utilizar de um plugin que fica sempre ativo e te entrega o cashback diretamente no site do parceiro. A Mooba também permite o envio dos valores para fundos de previdência.

Cashback ou milhas? Qual usar?

Avião pousando
Programa de milhas: vale a pena?

É normal que o usuário se pergunte se é realmente vantajoso, se vale a pena, trocar os programas de milhagem por cashback. E a resposta é: depende muito do seu perfil. Há quem utilize muito as milhas e faça isso de um jeito muito eficiente, e há quem deixe a pontuação expirar e perde todos os benefícios. Geralmente, milhas só são úteis se uma pessoa tem um gasto mais elevado no cartão de crédito – que permite a acumulação de uma boa quantidade -, enquanto o Cashback é o mesmo para todos.

O grande “vilão” das milhas é o prazo para utilização das mesmas – que geralmente é de dois anos nos principais programas. Deixar as milhas expirarem é perder todo o benefício acumulado, o que não ocorreria com um programa de cashback em conta bancária. Se muitos usuários de cartões não acumulam pontuação suficiente para chegar neste patamar, para este perfil é melhor optar por cashback.

Mas para quem viaja frequentemente e possui gastos elevados com o cartão, utilizar os programas de milhagem não é uma má ideia – você só precisa ter disciplina para utilizar nos momentos corretos. Aproveitar as promoções de transferência de pontos passa a ser muito importante para maximizar a utilização destes programas.

O mais importante é sempre estar consciente de suas ações com o cartão de crédito – tanto o cashback quanto programas de milhagens são incentivos para que você acabe utilizando mais o cartão, com pequenas doses de dopamina a cada utilização, o que pode se tornar um grande problema para quem não tem disciplina financeira.


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