Do InfoMoney - Você já conhece os fundamentos do mercado de ações, mas ainda não tomou coragem para começar a investir? Talvez ainda esteja faltando entender como fazer isso na prática. Existe uma variedade de formas, métodos e estratégias para negociar no mercado de renda variável, o que nem sempre é trivial.
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Esse guia do InfoMoney procura apresentar alguns aspectos do cotidiano de quem investe em ações. Você confere o que é preciso fazer para iniciar as aplicações e que estratégias são as mais adequadas para cada investidor.
O capital das empresas é dividido em centenas, milhares ou até milhões de pequenas partes – e cada uma delas é uma ação. Parte das ações pertence aos empreendedores, parte a outros sócios. Em alguns casos, uma terceira parte é negociada na bolsa de valores, onde os investidores podem comprá-las e vendê-las. Quem compra esses papéis no mercado se torna também um acionista.
Ao comprar ações de uma companhia aberta, os investidores em geral têm o objetivo de compartilhar dos ganhos que ela obtém. Isso se dá, basicamente, de duas maneiras. As empresas distribuem dividendos, que são parte dos seus resultados. Eles são pagos aos investidores na proporção do número de ações que cada um deles possui.
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A outra forma de ganhar na bolsa de valores é com a valorização das ações. As cotações variam com o tempo, conforme as companhias crescem e também de acordo com os movimentos da economia e do mercado. Sai ganhando quem investe em ações por um valor e se desfaz delas mais tarde, vendendo os papéis por um preço maior.
Não existe um jeito só de investir em ações. Na verdade, há uma infinidade de técnicas e estratégias diferentes de operar com renda variável. A escolha das mais adequadas depende do perfil do investidor e seus objetivos, mas também do momento e das condições do mercado. Conheça algumas das estratégias mais comuns abaixo:
É assim que são chamadas as negociações de curtíssimo prazo realizadas na bolsa de valores. E o prazo é curtíssimo de verdade: um day trade é uma operação que combina a compra e a venda de uma mesma ação em um mesmo dia, pelo mesmo investidor, usando a mesma conta e na mesma corretora.
Por isso, a liquidação de um day trade é exclusivamente financeira. As ações não transitam pela carteira de custódia do investidor. Muitas vezes, quem negocia lança mão da alavancagem – operando um valor maior do que efetivamente possui – numa tentativa de ampliar os ganhos.
O day trade costuma ter algumas características especiais em relação às outras compras e vendas de ações. As corretoras, por exemplo, costumam praticar taxas de corretagem mais baratas do que nas operações tradicionais. A tributação do day trade também é diferente (leia mais na seção Quanto custa investir em ações?).
De modo geral, investimentos com um horizonte de alguns dias, semanas ou meses – até um ano – são considerados de curto prazo. No mercado de ações, uma técnica comum para fazer aplicações desse tipo é chamada de swing trade. Mesmo com a compra e a venda não sendo finalizadas no mesmo dia, as operações de curto prazo ainda exigem um acompanhamento constante do mercado, pois se baseiam em achar oportunidades de ganho em pouco tempo.
Esse tipo de negociação está entre os mais comuns na bolsa de valores, e mesmo investidores não profissionais por vezes aplicam com esse horizonte de tempo em mente. No entanto, é importante ressaltar que negociar visando o curto prazo tem suas peculiaridades. É recomendável, por exemplo, optar por ações com liquidez elevada, para conseguir se desfazer delas com facilidade na hora de encerrar o investimento.
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Um dos principais objetivos dos investidores é obter um retorno elevado – e no caso das ações, as possibilidades são de conseguir uma rentabilidade maior do que a da renda fixa.
O que é preciso para que o retorno de um investimento em ações seja positivo? Em primeiro lugar, que as empresas emissoras obtenham bons resultados nas suas operações e, com isso, cresçam em escala e em participação de mercado.
Mas isso não basta. O desempenho da economia em geral, do setor em que a empresa está inserida em particular, além dos humores do mercado acionário, também influenciam os movimentos de cada papel específico.
Ao mesmo tempo em que podem ser mais rentáveis, as ações também envolvem mais riscos do que outras modalidades de investimentos. Ao contrário de um papel de renda fixa, em que o retorno é acertado com o investidor desde o início, uma ação não tem qualquer tipo de garantia de rentabilidade. Dependendo da situação, os investidores podem inclusive registrar perdas – pelo menos temporárias.
É possível começar a investir em ações com valores relativamente baixos. Por padrão, a maioria das ações são negociadas em lotes de 100. Para comprar um lote de uma ação que custe R$ 30, portanto, seria preciso aplicar R$ 3.000. No entanto, é possível adquirir quantidades pequenas de ações no mercado fracionário, onde elas não são negociadas em lotes (mas sim, individualmente).
É preciso considerar alguns custos envolvidos na negociação. As corretoras de valores, que fazem a intermediação das operações dos investidores na bolsa, são remuneradas com uma taxa de corretagem, que é um valor cobrado cada vez que alguém compra ou vende ações.
Existem formas distintas de cobrança. Muitas corretoras têm uma taxa de corretagem fixa, de R$ 10 ou R$ 20, por exemplo, cobrada a cada negociação. Também há algumas que não cobram taxas de corretagem, como a Clear.
Para finalmente começar a investir em ações, é preciso seguir alguns passos básicos. Atentar a esses aspectos pode facilitar o processo e garantir que as decisões sejam tomadas de forma consciente e segura. Confira:
Antes de decidir comprar ações, pergunte-se: qual é seu objetivo com o investimento? Seu perfil de risco é adequado para aplicar em renda variável? Quais as chances de você precisar do dinheiro no curto prazo?
Uma ferramenta que pode responder essas questões é a Análise do Perfil do Investidor ou Suitability, um questionário aplicado pelas próprias corretoras para definir as características comportamentais dos clientes. Fazendo algumas perguntas, elas conseguem identificar os produtos mais adequados para cada um – e inclusive saber se as ações são uma boa alternativa para eles.
Para negociar na bolsa, o investidor precisa ter conta em uma corretora, instituição financeira autorizada a operar no pregão. Elas recebem as ordens de compra ou de venda e executam as operações na B3 em nome deles.
Então, é preciso escolher uma corretora. Alguns dos fatores importantes a avaliar são as taxas de corretagem, a facilidade de uso dos sistemas de negociação, a disponibilização de relatórios e orientações sobre investimentos, entre outros.
Em geral, para abrir uma conta é preciso enviar alguns documentos pessoas de identificação para a corretora e preencher alguns cadastros. Com a conta aberta, é possível realizar uma transferência (via TED ou DOC) para que os recursos possam ser usados na compra de ações.
De acordo com seu perfil de investidor, os objetivos que têm para seu dinheiro e o momento do mercado, escolha a estratégia mais adequada para negociar ações. Ela tanto pode estar focada nos ganhos de curto prazo quanto visar o longo prazo. Tudo vai depender também de quanto tempo você estará disposto a dedicar à bolsa de valores cotidianamente.
Normalmente as corretoras oferecem duas formas de negociação para os investidores. A mais comum é o home broker, um sistema eletrônico em que o próprio investidor cadastra suas ordens de compra e venda, podendo operar diretamente. No home broker, a taxa de corretagem costuma ser de valor fixo.
Outra via de negociação é a mesa de operações. Nesse caso, o investidor se comunica com um operador da corretora – por telefone, e-mail ou sistemas de mensageria – e envia a ele suas ordens de compra e venda de ações. É esse operador que realiza os negócios em nome do investidor. Esse modelo costuma ser restrito a clientes de alta renda e, nele, as taxas de corretagem normalmente seguem a tabela Bovespa.
Chegou a hora de escolher as ações em que você vai investir. Você pode optar por um método de análise – como a técnica ou a fundamentalista – e decidir por conta própria. Ou também pode se valer dos relatórios elaborados por analistas especializados no mercado de ações e seguir as recomendações deles.
Você também pode contar com a ajuda do analista Thiago Salomão no curso que ensina “Como Montar uma Carteira de Ações Vencedora”