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Aconteceu
Professora denuncia ter sido apedrejada por alunos por intolerância religiosa na Bahia

Publicado em 28/11/2024 15:08

Foto/Reproducao


Da CNN - A Polícia Civil investiga um caso de agressão e injúria racial registrado na Escola Municipal Rural Boa União, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador.

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A vítima, a professora Sueli Santana, de 51 anos, denunciou ter sido alvo de ataques verbais discriminatórios em razão de sua religião de matriz africana e relatou que foi apedrejada dentro da unidade escolar onde leciona.

O caso ganhou repercussão após o relato da educadora ser amplamente compartilhado nas redes sociais nesta terça-feira (26).

A professora, que é candomblecista, relatou em vídeo que os ataques verbais começaram no início do ano letivo, após ministrar aulas sobre cultura afro-brasileira. Segundo ela, alunos com idades entre 10 e 12 anos, todos da mesma família, se recusaram a participar das aulas previstas pela Lei 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas.

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As hostilidades aumentaram com ataques verbais, nos quais a professora foi chamada de “bruxa”, “macumbeira”, “feiticeira” e “diabólica”.

Em um episódio mais grave, no dia 29 de outubro, Sueli denuncia ter sido apedrejada por alunos enquanto corrigia atividades em sala de aula. Uma das pedras a atingiu no pescoço e, após o incidente, ela ficou afastada do trabalho por três dias.

Em sua denúncia, a professora afirmou que a direção da escola orientou, por determinação da Secretaria Municipal de Camaçari, a não utilização do livro ABC dos Povos Afro-brasileiros, material didático previsto para as aulas de história e cultura afro-brasileira, após queixas de pais de alunos.

O caso gerou indignação e foi amplamente repudiado por entidades e autoridades. A Central Única dos Trabalhadores da Bahia (CUT-BA) classificou a agressão como “bárbara” e cobrou a responsabilização dos envolvidos. “A Central Única dos Trabalhadores da Bahia (CUT-BA) vem, por meio desta nota, expressar seu mais profundo repúdio ao ato de violência racista e intolerância religiosa sofrido pela professora Sueli Santana em seu local de trabalho, na Escola Rural Boa União, em Abrantes, Camaçari.

 


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