Foto/Reproducao
do g1 - A mãe de Amanda Fernandes Carvalho, morta pelo marido e sargento da Polícia Militar (PM) Samir do Nascimento Rodrigues de Carvalho, com 51 facadas e três tiros, disse à Polícia Civil que não concordava com o relacionamento deles e não sabia que ela sofria agressões e ameaças. A filha do casal, de 10 anos, que presenciou o crime e também foi atingida por três disparos.
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O caso ocorreu no dia 7 de maio, dentro de uma clínica localizada na Avenida Pinheiro Machado, no bairro Marapé. Samir atirou na esposa e na filha de 10 anos. Em seguida, ele esfaqueou Amanda. A criança foi socorrida e ficou internada por seis dias.
A mãe de Amanda, de 71 anos, prestou depoimento à Polícia Civil no dia 16 de maio. Ela contou aos agentes que a menina relatou que viu o pai dando tiros, facadas e, por último, socos na mãe. A neta teve alta da UTI, no dia 9 de maio, e descobriu sobre a morte de Amanda apenas neste dia. A menina chorou muito e, no mesmo dia, começou a dar detalhes do crime.
Além disso, a idosa disse, em depoimento, que a neta revelou que foi agredida pelo pai em outra ocasião, por conta de um preparo de achocolatado. O pai chutou a criança e, em seguida, desferiu um tapa no rosto dela.
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A mãe de Amanda contou que enxergava Samir como uma pessoa grosseira e friadesde que a filha o conheceu. Segundo a idosa, Amanda engravidou quando ainda morava na casa dela. Quando a neta estava para nascer, ela se mudou para viver com o policial.
Apesar disso, um mês após o nascimento da criança, o casal teve uma briga intensa, em que Samir chegou a quebrar uma cadeira. A idosa disse para polícia que não sabe o motivo do desentendimento, mas Amanda voltou para a casa da mãe por conta dele.
Um tempo depois, o sargento foi até o local para ver a filha e chegou a pegar a esposa pelo pescoço. Amanda fez um boletim de ocorrência, mas não deu sequência à denúncia. Apesar disso, ela contratou um advogado para solicitar pensão alimentícia e o policial pagava todos os meses.
A idosa disse que não aprovava o relacionamento entre Samir e a filha dela. Por isso, Amanda não contou quando começou a sair novamente com o policial. A mulher só confessou a relação quando não conseguiu mais esconder a segunda gravidez.
Com isso, Amanda voltou a morar com o policial. A idosa disse ainda que só descobriu da violência que a filha sofria do marido no dia do velório de Amanda, quando amigas falaram sobre as ameaças que Samir fazia.
Segundo o relato, o sargento dizia que iria matar a mãe, a avó e os filhos de Amanda, caso a mulher prestasse queixa sobre as agressões. Apesar disso, a idosa contou que o genro nunca havia sido agressivo com ela.
A mãe da vítima lembrou também de um episódio em que Samir ficou com ciúme de mensagens de Amanda para um amigo, que tinha uma loja de eletrônicos, sobre os problemas no computador dela.
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De acordo com a idosa, na ocasião, o sargento foi até a loja do rapaz e lhe ameaçou com um revólver. Em seguida, ele foi na casa da idosa e disse que iria se separar de Amanda porque estava sendo traído. No entanto, o caso extraconjugal logo foi negado pelos envolvidos.
Amanda Fernandes e Samir Carvalho (à esq.) e laudo do IML (à dir.) — Foto: Redes Sociais e Reprodução